Atividade ajudou a fortalecer o uso das plantas alimentícias não convencionais no Litoral
O Projeto Taramandahy – Fase III celebrou o Dia Mundial da Saúde (7 de abril), quando apoiou a vivência “PANC e a trivialidade na cozinha do RS” realizada na comunidade da Borússia, em Osório (RS), no dia 10. A atividade contou com Valdely Kinupp e Irany Arteche, que desde 2009, pesquisam e divulgam os potenciais culinários das Plantas Alimentícias Não Convencionais, em uma caminhada que já rendeu o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil – guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas” publicado em 2014 pelo Instituto Plantarum de Estudos da Flora.
Durante a vivência, foram muitos momentos de êxtase para os 40 participantes entusiastas das PANC – entre agricultores/as, nutricionistas, educadores/as, indígenas Mbyá Guarani e professores – todos representantes de instituições do LN. Na ocasião, houve o aprofundamento do conhecimento sobre o universo das PANC, acrônimo criado por Irany: “Eu não vim aqui ensinar vocês, vim aqui aprender…” declarou modestamente a nutricionista.
A atividade contribuiu com a Soberania Alimentar e os propósitos da erradicação da fome, estimados pela Agenda 2030 da ONU (www.agenda2030.org.br), por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, e apoio do Comitê Tramandaí, o Projeto Taramandahy realizado pela Anama apoiou a organização da Vivência e proporcionou que educadores/as, agricultores/as e professores das aldeias Mbyá Guarani do Litoral Norte participassem.
O Curso de um dia iniciou na Morada Jerivá, de propriedade de família agricultora assessorada pelo Projeto para a realização da agricultura de base ecológica. Após um farto café da manhã colaborativo, todos seguiram Valdely: “A minha alimentação é sempre inédita”; que apresentou as PANC (enquanto comia) e suas formas de uso na culinária, ao mesmo tempo em que se fazia a colheita das plantas a serem utilizadas na segunda etapa: a cozinha. Após, Irany orientou a preparação dos alimentos à base das PANC na cozinha do Salão Paroquial da Capela Santa Rita da Borússia.
A degustação final do grupo foi um banquete de diferentes pratos inusitados: lasanha com entrecasca de aipim, refogado de PANC e molho de casca de pitaya; pesto de PANC, risotos com polpa de juçara e de butiá, salada de PANC incluindo diversas flores, bolinhos de polvilho e flores de begônia, ora-pro-nobis e polpa de juçara; farofa de mangará, entre muitos outros.
Valéria Bastos, assessora técnica do Projeto Taramandahy que contribuiu com a realização do evento, acredita que o curso tocou em cada um que esteve presente: “…todos seguiremos num compromisso pessoal de espalhar este conhecimento, de trivializar o uso das PANC, colocar no dia a dia aos poucos; ir acrescentando na alimentação, pois são mais de mil plantas alimentícias no RS e não usamos este potencial todo. Este foi um momento de despertar”, exaltou.