Buscando inspirar com experiências ecopedagógicas, gastronômicas e de turismo rural, dia 11 de junho o Projeto Taramandahy promoveu um intercâmbio para 35 participantes (representantes do empreendedorismo de turismo rural do LN, da Rede de Educação Ambiental do LN, da Rede de Orgânicos do LN, de Escolas de Maquiné e Osório, de Mbyás Guarani de Maquiné, feirantes agroecológicos e educadores) das atividades de educação ambiental do Projeto, com visitações na Escola Municipal Guerreiro Lima, em Viamão (RS), e nas propriedades da rota turística ‘Caminhos Rurais em Porto Alegre‘: Granja Lia e Sítio Capororoca.

Na Guerreiro Lima, os participantes foram acolhidos pelo professor Leandro Martins e pela vice-diretora Fernanda Bittencourt, que apresentaram as áreas da escola, com implementações como horta escolar de plantas alimentícias não convencionais (PANC) e convencionais, espiral de ervas, laguinho, paisagismo produtivo, compostagem, produção de mudas, captação de água da chuva e atividades de educação ambiental e alimentar. A vice-diretora explicou que na escola se trabalham com projetos voltados aos ‘ecosaberes’ de forma interdisciplinar, os quais integram conteúdo a práticas ecopedagógicas, alinhando com a alimentação escolar e redirecionamento de resíduos.

O professor Leandro conheceu o trabalho do Taramandahy quando participou da primeira edição do curso de Permacultura na Escola, em 2018, e desde então vem participando de outras formações voltadas à educação ambiental. Ele contou que começou a implantar o projeto de ecosaberes há cerca de dois anos e se alegra com o entusiasmo das crianças a cada descoberta, como quando puderam comparar o volume das PANC produzidas com manejo ecológico, com as que nascem de forma espontânea e a produção de hortaliças convencionais (menor que o das primeiras), como o alface. Os visitantes também conversaram e responderam perguntas dos alunos do 4º ano na sala de aula degustaram canapés de PANC e flores feitos com ajuda das merendeiras pelas alunas Luiza Brindes e Maria Eduarda Hartmann, de 14 anos, que frequentam as oficinas semanais de culinária com PANC na escola.

Alunas ofereceram canapés de PANC

A visita seguinte foi à Granja Lia, na zona rural de Porto Alegre, onde os participantes almoçaram comida típica do campo feita em fogão à lenha e em seguida trocaram experiências com o casal de proprietários Isabel Pacheco e Luís Carlos Boehl Filho. Eles contaram a história da Granja, quando o bisavô de seu Luís administrava cerca de 300 hectares desde 1906. Atualmente, o casal gerencia 26 ha para o turismo rural, oferecendo gastronomia, trilhas, atividade agrícola orgânica, agroflorestal, pomar, piscicultura, observação da fauna e flora nativas, esportes náuticos e pesca recreativa. Foi uma grande oportunidade para todos/as do grupo, especialmente para aqueles/as representantes do turismo rural no Litoral Norte Gaúcho.

À tarde, o grupo conheceu o Sitio Capororoca, localizado em um núcleo agroecológico na zona rural da capital gaúcha. Foram recebidos pela proprietária Silvana Bohrer, que nos anos 2000 iniciou o trabalho nos 2 hectares do Sítio, com produção de morangos orgânicos. O local serviu de aprendizado e inspiração para Valdely Kinupp, pesquisador e disseminador das plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil. O Sítio tem produção de cerveja artesanal, agroindústria de pastas e geleias, produção agroecológica diversificada de hortaliças, frutíferas e PANC voltada ao autoconsumo, feiras ecológicas e visitação, com trilhas na mata de restinga, acolhida de visitantes para atividades de educação ambiental, recebendo também programas de estágios e de voluntariado.

Na ocasião todos conheceram as hortas agroflorestais do Sítio e ficaram maravilhados com as possibilidades de diversificação da produção de alimentos em pequenos espaços. O lanche da tarde esteve repleto de alimentos a base de PANC, águas saborizadas, geleias de frutas do sítio e flores. Este intercâmbio integrou o conjunto de atividades do programa de Educação Ambiental, Alimentar e Nutricional do Projeto Taramandahy – Fase III, o qual é realizado pela Anama, com apoio do Comitê Tramandaí e patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.