A remada ecológica aconteceu no Rio Cornélios, entre Terra de Areia e Capão da Canoa

Sensibilizar pessoas para o ecoturismo e esportes náuticos limpos, além de divulgar o trabalho de gestão dos recursos hídricos feito pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia hidrográfica do Rio Tramandaí, é o objetivo das “Caiacadas” do Projeto Taramandahy – Fase III, realizado pela Anama e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal. A segunda edição do evento aconteceu no sábado (15/12) no rio Cornélios, canal de ligação das Barras dos Quirinos e Cornélios (lagoas Itapeva e Quadros), entre os municípios de Terra de Areia e Capão da Canoa.

Rio Cornélios. Foto: Chris Mach

O trajeto de 10 km, que deslumbrou os 72 praticantes de caiaque e stand up, foi escolhido pelas belíssimas paisagens de margem, cercadas pela vegetação lacustre, avifauna variada e as escarpas da Serra Geral contornando o horizonte. O técnico em meio ambiente Rafael Pereira Nielsen participa de diversas atividades realizadas pelo Projeto Taramandahy, tendo concluído recentemente o curso de Permacultura na Escola. Junto com a esposa Tatiana, gosta de remar nas caiacadas.

Rafael e Tatiana.

O casal aposentado integrante do Greenpeace de Imbé Elena Schmitt, 57 anos e Nilo Bertolo, 64, estrearam os remos na Caiacada “Águas de Março” em março deste ano. No dia da Caiacada “Entre Barras”, eles comemoraram remando, 37 anos de união. Ela afirmou que nestes eventos “descobriram a possibilidade de valorizar a vida, a saúde, as novas amizades e especialmente, os objetivos comuns de preservação da natureza”.

Elena Schmitt

Após a remada, ocorreu um “bate-papo” ambiental e histórico sobre a navegação na região, que até a década de 1960 era um dos principais meios de transporte, segundo a escritora Marina Raymundo da Silva que, em uma ‘chuva de conhecimento’, socializou, entre outros fatos, que havia um porto na Lagoa Marcelino e que “o Rio Cornélios era uma importante rota de comércio entre as lagoas Itapeva e Quadros”. Marina é autora dos livros “Navegação Lacustre Osório-Torres (3ª edição)”, “A coberta d’Alma no Litoral Norte do Rio Grande do Sul” e “Viajando pelo Município de Osório”.

Escritora Marina Raymundo da Silva

Durante o bate-papo apareceu um antigo pescador da região, Seu Orlando Luís de Oliveira, vendendo barquinhos feitos de material reciclado e dando exemplo de sustentabilidade para todos. Ele contou que pescou durante 50 anos entre os municípios de Torres e Cidreira e agora que está em idade mais avançada, faz barquinhos pra ajudar na renda.

Para a realização do evento, o Projeto Taramandahy contou com apoio da SAMU e Prefeitura de Terra de Areia; do Ceclimar/UFRGS (Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul); do Comitê Tramandaí e do Seu Juca, pescador, barqueiro e proprietário do espaço comercial cedido para a realização do almoço e do bate-papo.

A próxima Caiacada está prevista para março de 2019.